Nova variante da Covid-19, a EG.5., está em ascensão, alerta OMS

A Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu um alerta nesta quarta-feira (9) sobre a ascensão de uma nova variante da Covid-19, denominada EG.5. A agência informou que tem observado um aumento constante na prevalência dessa variante, que estava sob monitoramento. Até a última segunda-feira, foram compartilhadas um total de 7 mil sequências genéticas provenientes de 51 países. A disseminação mais significativa ocorre em nações como Estados Unidos, China, Coreia do Sul, Japão e Canadá.

As autoridades dos Estados Unidos divulgaram que pacientes infectados com a variante EG.5 representam uma parcela significativa do total de casos de Covid-19. Durante uma coletiva de imprensa realizada em Genebra, o diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, alertou para a possibilidade de surgir uma variante ainda mais perigosa, que poderia causar um aumento abrupto nos casos e nas mortes.

Ghebreyesus recordou que, ao declarar o fim da pandemia em maio, já havia ressaltado que a Covid-19 continuava sendo uma ameaça global à saúde. Ainda que os números de casos relatados, internações e óbitos tivessem diminuído em todo o mundo, a quantidade de países fornecendo dados à OMS diminuiu consideravelmente. No mês de julho, somente 25% dos países reportaram mortes, e apenas 11% comunicaram hospitalizações e internações em unidades de tratamento intensivo.

O diretor-geral lamentou a falta de compartilhamento de informações sobre a Covid-19 por parte de muitos países. Isso levou a OMS a emitir uma série de diretrizes permanentes relacionadas ao vírus. Os países são instados a continuar fornecendo informações, especialmente sobre óbitos e casos, e a manter o processo de vacinação em andamento.

Dentre as recomendações, estão a oferta de tratamento clínico adequado para a Covid-19, incluindo maior acesso a terapias comprovadas e medidas de proteção para profissionais de saúde e cuidadores. Ao mesmo tempo, todos os países são convocados a iniciar, apoiar e colaborar em pesquisas para a geração de evidências que contribuam para a prevenção e controle da doença.

Outra orientação é que as autoridades nacionais garantam o acesso equitativo a vacinas, testes e tratamentos seguros, eficazes e de qualidade para a Covid-19. Isso se torna crucial em um momento em que "muitas pessoas e governos enxergam a Covid-19 como algo do passado". A epidemiologista Maria Van Kerkhove destacou que a falta de dados de muitos países dificulta os esforços de combate ao vírus.

Comparando a situação atual com o mesmo período do ano passado, a especialista afirmou que as condições atuais estão mais favoráveis para antecipar, responder ou agir de forma ágil diante do desenvolvimento da situação.