Nordeste deve puxar crescimento do Brasil até 2033. Entenda

A região Nordeste do Brasil está prevista para liderar o crescimento econômico entre as várias regiões do país no período de 2025 a 2033, impulsionada por uma série de investimentos tanto do setor público quanto do setor privado. A previsão provém da Tendências Consultoria e foi divulgada em um artigo do jornal Folha de São Paulo, publicado no último domingo (22).

A recessão que teve início em 2014 interrompeu um ciclo de crescimento que, embora tenha ficado abaixo das médias nacionais, era significativo para o Nordeste, embora continuasse inferior às taxas das regiões Norte e Centro-Oeste. Espera-se que essas regiões também mantenham um desempenho positivo nos próximos anos, impulsionadas por mais investimentos e pelo vigoroso setor de agronegócios, especialmente no Centro-Oeste.

Conforme Lucas Assis, analista da Tendências Consultoria, embora haja um crescimento projetado para o Nordeste, Sul e Sudeste, isso não necessariamente resultará em uma redução significativa das disparidades regionais no Brasil.

No que diz respeito a investimentos, os valores destinados ao Sudeste superam os aportes no Nordeste em termos monetários, mas são proporcionais ao tamanho de suas respectivas economias. Assis enfatiza que o Sudeste continuará a ser o principal motor da economia brasileira, apesar do crescimento projetado para o Nordeste.

Entre os investimentos notáveis programados para o Nordeste, incluem-se os US$ 8 bilhões alocados pela Petrobras para a Refinaria Abreu e Lima em Pernambuco, bem como aproximadamente US$ 1,5 bilhão que o grupo automotivo Stellantis investirá no parque de fornecedores em Goiana (PE). A consultoria também destaca um investimento de cerca de US$ 830 milhões para uma nova refinaria no Complexo do Pecém, no Ceará, realizado pela empresa Noxis Energy.

O professor de Economia da Universidade Federal de Pernambuco, Ecio Costa, destaca a importância da concretização dos investimentos, especialmente aqueles relacionados ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que prevê quase R$ 100 bilhões em investimentos para o estado de Pernambuco e R$ 700 bilhões para a região Nordeste. Costa ressalta que versões anteriores do PAC tiveram baixa taxa de execução.

Segundo Assis, um dos principais riscos para a realização dos investimentos é a deterioração da situação fiscal, que pode limitar os desembolsos públicos. Além disso, fatores como taxas de juros elevadas e incertezas globais podem restringir os investimentos privados. A Tendências Consultoria estima um crescimento médio do país de 2,5% entre 2025 e 2033, abaixo do período de 2006 a 2014, que registrou uma média de 3,5%.