O bilionário Elon Musk tem pressionado o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a rever as tarifas recíprocas anunciadas recentemente contra diversos países. De acordo com reportagem do jornal “The Washington Post”, publicada na segunda-feira (4), Musk fez apelos diretos ao republicano para que reconsidere a decisão, considerada por ele prejudicial à economia.
Musk lidera atualmente o Departamento de Eficiência Governamental dos EUA (DOGE), órgão criado para melhorar o desempenho e reduzir custos no governo federal. Apesar de não receber salário, ele ocupa o cargo de conselheiro especial e tem acesso direto a Trump.
Após a imposição das tarifas, Musk criticou publicamente Peter Navarro, assessor de Trump e principal responsável pelo plano tarifário.
Em publicação no X, o bilionário ironizou a formação de Navarro: “Um PhD em Economia por Harvard é uma coisa ruim, não uma coisa boa.” Ele também compartilhou um vídeo do economista Milton Friedman elogiando os benefícios do comércio internacional.
Segundo fontes ouvidas pelo “The Washington Post”, Musk tentou convencer Trump a recuar nas tarifas durante conversas reservadas, mas não obteve sucesso até o momento. Como CEO da Tesla, Musk teme que as medidas prejudiquem diretamente sua empresa, que depende de fábricas nos EUA e na China, mercados estratégicos para a produção e venda de veículos elétricos.
As críticas não vieram apenas de Elon. Seu irmão, Kimbal Musk, também se manifestou nas redes sociais contra as novas tarifas, classificando-as como um “imposto estrutural e permanente sobre o consumidor americano”.
“Quem imaginaria que Trump seria o presidente com os impostos mais altos em gerações? Um imposto sobre o consumo também significa menos consumo. O que significa menos empregos”, escreveu o irmão do bilionário no X.
As divergências entre Musk e Trump ocorrem em meio a especulações sobre a permanência do empresário no governo do republicano.
Segundo o site “Politico”, já há um acordo para sua saída do comando do DOGE. Musk nega, mas Trump admitiu que o bilionário pode deixar o cargo em breve. Ainda assim, afirmou que ele poderá “ficar o tempo que quiser”.
DCM