A 1ª Vara Criminal de Parnamirim inicia nesta terça-feira (2) o julgamento de quatro policiais acusados de assassinar Giovani Gabriel de Souza Gomes, que foi morto com dois tiros na nuca em 5 de junho de 2020. O julgamento, inicialmente previsto para junho, foi adiado devido à recusa do Ministério Público em aceitar um sétimo jurado, o que impediu a formação do número mínimo necessário de jurados.
O júri será composto por sete jurados, sendo cinco homens e duas mulheres. Os policiais, que já haviam sido absolvidos das acusações de sequestro e ocultação de cadáver pela 15ª Vara Criminal de Natal em março, agora enfrentam novas acusações. O julgamento pode se estender até sexta-feira (5), data limite estabelecida pela Justiça para o encerramento do processo.
O Caso
Giovani Gabriel de Souza Gomes desapareceu em 5 de junho de 2020 e seu corpo foi encontrado apenas em 14 de junho. Ele havia saído de sua casa no bairro Guarapes, zona Oeste de Natal, em direção à casa da namorada em Parnamirim. De acordo com familiares, o relacionamento não era aprovado pelos pais da jovem, levando Giovani a esconder sua bicicleta em um terreno próximo.
Ao sair do terreno, Giovani foi abordado por uma viatura com os policiais Bertoni Vieira Alves, Valdemi Almeida de Andrade e Anderson Adjan Barbosa de Sousa, que o levaram. Segundo a denúncia do Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN), esses policiais, lotados no Batalhão da PM de Goianinha, estavam fora de sua área de patrulhamento.
No dia do desaparecimento, Paulinelle Sidney Campos Silva relatou que sua cunhada havia sido assaltada e seu carro, um Hyundai i30, foi roubado. Ignorando os procedimentos previstos, Paulinelle iniciou a busca pelos assaltantes, fora de sua área de patrulhamento.
Por volta das 7h49, Paulinelle foi informado pelo irmão, Platinny Willer Campos Silva, que o carro roubado havia sido encontrado próximo ao loteamento onde vivia a namorada de Giovani. Próximo ao local, os policiais encontraram Giovani, que havia acabado de guardar sua bicicleta. Eles colocaram o jovem na viatura e o levaram até a zona rural de São José do Mipibu.
A quebra do sigilo telefônico revelou que Paulinelle, que não estava na mesma viatura, foi informado sobre o sequestro e a iminente execução de Giovani. Segundo a denúncia, os policiais efetuaram dois tiros na nuca do estudante.