Nesta sexta-feira (23), completa-se 10 dias da operação intensiva que mobiliza mais de 500 agentes, helicópteros, drones e cães farejadores na busca pelos fugitivos da Penitenciária Federal de Mossoró, no Oeste do Rio Grande do Norte. Os criminosos Deibson Nascimento e Rogério Mendonça escaparam da custódia na madrugada do dia 14 de fevereiro.
Durante essa semana, a Polícia Federal prendeu três suspeitos de colaborarem com os foragidos, enquanto a operação continua em andamento com apoio tanto federal quanto estadual.
O número exato de agentes envolvidos não foi divulgado pelo Ministério da Justiça nem pelo governo do Rio Grande do Norte, porém, hotéis e restaurantes de Mossoró relataram ao G1 um aumento na demanda devido à presença da equipe de busca.
Na quinta-feira (22), a Força Nacional se juntou à operação, reforçando o contingente com mais 100 homens, 20 viaturas e um ônibus. Além disso, o Ministério da Justiça autorizou o envio da Força Penal Nacional, que atuará no perímetro externo da penitenciária e no treinamento dos agentes locais, pelos próximos 60 dias, a partir desta sexta.
No entanto, especialistas levantam críticas em relação à duração e ao custo da operação. O ex-secretário nacional de Segurança Pública, José Vicente da Silva Filho, considera o uso prolongado de recursos policiais desnecessário e dispendioso.
“É um exagero. É injustificável o uso de um contingente como esse por tanto tempo. Faz sentido nos dois primeiros dias, em que se mobiliza todas as forças para buscar a recaptura. Depois de uma semana, é preciso deixar a cargo da investigação”, afirmou Vicente em entrevista ao G1.
As buscas se concentram em Mossoró e Baraúna, com a força-tarefa explorando principalmente as áreas rurais e de mata próximas à penitenciária. No entanto, as condições naturais da caatinga apresentam desafios, incluindo vegetação densa, animais peçonhentos e temperaturas extremas.
A Defensoria Pública da União recomendou medidas adicionais para garantir a integridade dos policiais envolvidos nas buscas, como o uso de câmeras corporais e a realização de exames de corpo de delito após a captura dos fugitivos.
Rogério e Deibson, ambos ligados ao Comando Vermelho, são considerados perigosos e acumulam extensos históricos criminais. Sua fuga, a primeira registrada na história do sistema penitenciário federal, representa um desafio significativo para as autoridades, que continuam empenhadas em sua recaptura.
DCM